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D$ Luqi lança “Preto Abusado e Ignorante” no Dia de Nelson Mandela

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Foto: Divulgação
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Faixa com Izxx antecipa álbum sobre resistência negra e transforma estereótipos em denúncia e afirmação

O rapper D$ Luqi escolheu uma data carregada de significado para lançar seu novo single: 18 de julho, Dia Internacional Nelson Mandela, chega às plataformas “Preto Abusado e Ignorante”, música potente que abre os caminhos para seu próximo álbum, “A Odisseia do Neguinho Violento e Vingativo”, previsto para 8 de agosto.

Com participação do rapper Izxx e produção de Vidari & ohayomatsu, a faixa mistura funk, hard trap e drumless para fazer o que Luqi define como “estratégia de guerra cultural”. O som agressivo e ao mesmo tempo reflexivo questiona os estigmas que pesam sobre a existência negra nas periferias brasileiras, transformando insultos racistas em gritos de resistência.

“Ser chamado de ‘abusado’ ou ‘ignorante’ é parte da forma como a sociedade tenta justificar a violência contra a gente”, diz o artista, nascido e criado em Duque de Caxias (RJ), onde também atuou como professor de português. “Essa música é uma resposta, uma forma de mostrar que a nossa dor não será romantizada e que a nossa luta não será silenciada.”

A escolha do Dia de Mandela, instituído pela ONU como símbolo da luta contra o racismo, não é à toa. Para Luqi, o líder sul-africano inspira a proposta do projeto como um todo: “Assim como Mandela enfrentou o apartheid e virou símbolo mundial, o nosso som também é uma forma de desafiar estruturas e contar nossas histórias do nosso jeito”.

“Preto Abusado e Ignorante” é o primeiro capítulo de uma narrativa maior. O álbum completo, “A Odisseia do Neguinho Violento e Vingativo”, promete mergulhar nas dores, fúrias e espiritualidades da juventude preta. “É um trabalho sobre sobrevivência, sobre a raiva que constrói, sobre fé e enfrentamento. A gente transforma tudo isso em música porque é isso ou desaparecer.”

A produção da faixa também contribui para a atmosfera densa e impactante: enquanto as batidas cortam com agressividade, os trechos sem bateria (drumless) criam pausas que soam como respiros, ou mesmo como silêncios cheios de tensão. Os produtores Vidari e ohayomatsu apostam em uma sonoridade que evoca tanto a rua quanto o ritual.

Com esse lançamento, D$ Luqi reafirma seu compromisso com a arte como ferramenta política, usando o rap para contar histórias reais, provocar reflexão e marcar presença no cenário independente com uma voz potente e consciente.

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Escrito por
Júlia Diniz -

Jornalista e assessora de imprensa. Trabalha na área do entretenimento há mais de 6 anos e é apaixonada pela comunicação.

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